segunda-feira, julho 14, 2008

Para ti.



Este é um post só para ti.

Escolhi a música mais bela que conheço para o acompanhar.
Ouve-a enquanto lês, pois também ela fala, também ela te fala.

Não é uma despedida, é um reconhecimento.
Mostraste-me o teu mundo,
a tua música,
as tuas letras,
o sabor de palavras que desconhecia,
muitas boas, algumas más,
mas todas ricas, e sentidas.

Percorremos o mundo de mão dada,
beijámo-nos como se não houvesse amanhã,
abraçámo-nos entre risos e lágrimas,
entre o cheiro das manhãs quentes
e as nuvens tempestuosas do passado.

Ajoelho-me hoje.
E ergo os braços ao céu.
Rezarei por ti, onde quer que estejas,
para que Ele, que é o autor de tudo,
e que sabe de tudo quanto precisas mesmo antes de o pedires,
ilumine o teu caminho, guie os teus passos, te fortaleça o espírito,
e assim te conduza ao silêncio.
Àquele silêncio que só algumas almas são capazes
de escutar.

Não é uma despedida, é um reconhecimento.
Todos os caminhos verdadeiros têm curvas,
têm buracos, têm pedras,
às vezes grandes demais para serem desviadas,
às vezes suficientemente grandes para taparem o Sol,
mas Ele continua lá, e é só Ele quem realmente existe,
não a sombra, que se mostra como presença
mas que sobrevive apenas na ausência da Luz.

A vida há-de estar continuamente a ensinar-nos,
e a mostrar-nos que o tempo é curto.
Vivemos com o machado da ampulheta sobre as nossas cabeças,
sem sabermos o momento final.
E a inevitabilidade desse momento chama por nós,
grita-nos ao ouvido,
e se nós deixarmos,
ao coração.

E aí, no silêncio do nosso quarto,
podemos dar graças,
pelo mundo que nos rodeia,
pelo amor que nos completa,
pelo desamor que nos acorda,
mas fundamentalmente,
por podermos estar aqui,
a agradecer o facto de podermos estar a agradecer.

Não é um adeus, nem sequer um até breve,
mas um
estou aqui.
Ajudo-te a caminhar,
ajudas-me a caminhar,
até ao fim.

*AM.