Oh, viajante! Estás só...
Como poderias ver o Desconhecido dentro de ti?
Durante a noite seguiste pelo caminho
Nunca antes pisado;
Viste o sinal no céu
E continuas só; subiste aos altos cumes
Onde a estrela do amanhecer
Inicia a sua viagem de luz.
Quando sob o calor de Abril nasce a cascata,
Esta tem uma visão do seu longínquo futuro
Indescritível na sua beleza!
«Existo! Existo!», irrompe o refrão
E ao ouvi-lo
As águas precipitam-se para o Desconhecido.
Da mesma maneira, uma inefável mensagem ressoa dentro de ti,
E em cada alento ressoa a grande afirmação:
«Existo! Existo!»
Grandes rochas impedem a passagem
Soltando o seu eco, o seu aviso:
«Não! Não! Não!»
As ondas investem contra a matéria inerte,
A dúvida levanta o seu dedo
E o cobarde estremece!
A mente preguiçosa conjura o medo,
E ao procurar salvar-se corre para a morte.
Na estreita senda da Nova Vida,
És o explorador, ignorando os limites,
Conquistando o intransitável.
A cada passo ressoa a grande afirmação:
«Existo! Existo!»
Rabindranath Tagore